Galpões da Feira do Produtor são demolidos
A demolição dos galpões da Feira do Produtor, na Praça Dos Metais, está sendo demolida. A ação é a concretização da vontade do Poder executivo que, com a intervenção do Poder judiciário, vem sendo realizada.
A demolição inclui os dois galpões, os restaurantes conhecidos como “Costa Pra Rua” (Pé Inchado) e a remoção de todas as barracas que comercializam roupas, cereais e animais vivos ou abatidos. A ação é realizada pela SEMURB (Secretaria Municipal de Urbanismo) que de acordo com o chefe de gabinete, Jair Diogo, trabalhará ininterruptamente para que o local seja esvaziado.
A área é consideravelmente grande sendo local de passagem obrigatória para a integração entre complexos de bairros, porém com a poluição visual descaracterizava o centro da cidade. Após desocupado a referida área dará lugar, segundo Jair Diogo, a uma grande praça multifuncional que abrigará eventos, playground, pista para caminhada, academia ao ar livre, espaço para esportes diversos etc. “Esse trecho da Rua 14 será extinto, incorporando-o à praça, que será contornada pelas Ruas 15 e 13”, desenha Jair Diogo.
A operação para desocupação da área teve início no dia 16 de novembro quando os feirantes foram notificados sobre o prazo previsto para a ação quando deveriam se decidir entre os dois espaços oferecidos a eles para a remoção: o Mercado Municipal do bairro Rio Verde e o CAP (Centro de Abastecimento de Parauapebas). Ambos os espaços receberão melhorias e adequações para recebe-los e agora chegou o momento em que não será mais permitido a permanência de nenhum tipo de comércio dentro da Praça Dos Metais ou em espaços públicos a seu entorno.
O CAP está recebendo 60 feirantes onde, de acordo com Jair Diogo, estão sendo construídos no CAP 10 boxes para abatedouro e comercialização de aves; os demais têm lugar garantido no Mercado Municipal do bairro Rio Verde para onde está sendo transferidos parte dos comerciantes de roupas que ocupavam a Praça Dos Metais. Os restaurantes Costa Pra Rua também serão removidos para o Mercado do Rio Verde e ali ficarão até que se construa uma Praça de Alimentação com estrutura definitiva para todos.
Jair Diogo detalhou ainda que após concluídas as melhorias no interior do Mercado do rio Verde os feirantes que comercializam roupas ocuparão os boxes transformando o local em uma galeria (camelódromo).
Histórias de quem ali ganhou a vida – Vitor Sardinha dos Santos, é um dos feirantes que está sendo removido da antiga Feira do Produtor. Ele conta que há 15 anos trabalha naquele local onde vende uma diversidade de produtos: farinha, coco, melancia, banana e poupas de frutas diversas.
Ele admite que no início no local acontecia feira em dois dias da semana, quando os feirantes expunham suas mercadorias as retiravam em seguida. “Foi eu o primeiro a armar barraca fixa e com isso outros foram fazendo o mesmo até o local, que na verdade é a Praça Dos Metais, se tornar em um emaranhado de barracas.
Agora ele é um dos removidos e diz que se o governo fizer os investimentos necessários será bom ir para um lugar com mais estrutura. Vitor Sardinha reclama do tamanho de seu novo boxe que foi lhe garantido no Mercado do Rio Verde. “Não tem como eu trabalhar dentro de apenas dois metros quadrados”, mensura Vitor, dizendo que se for para ir para o CAP (Centro de Abastecimento de Parauapebas) prefere parar com o trabalho como feirante; mas felizmente seu Vitor vai continuar, pois será removido para o Mercado do bairro Rio Verde.
Dona Edna Felix da Silva assistia com ar de tristeza a desmontagem de sua barraca feita de forma simples com madeira serrada sem nenhum acabamento. Mas foi daquela forma simples que ela diz ter mantido a família ao longo de 20 anos. Ela já passou pela experiência de uma remoção dali para o novo Centro de Abastecimento, mas como por lá as vendas não decolaram voltou para a Praça Dos Metais, lugar de onde ela não gostaria de sair. “Quando comecei aqui não tinha nem os galpões construídos. “Há 20 anos conquistamos estes galpões. Fui uma das que ocupou a prefeitura reivindicando as melhorias para todos nós feirantes”, conta Edna Felix, lembrando que as melhorias pedidas na época era caminhões para os colonos e casa para hospedagem dos mesmos em dias de feiras, coisas que ela conta com visível tristeza.
Ela agora vai de novo tentar a vida no CAP e diz não ter nenhuma certeza quando a seu futuro de feirante.
Luís Teles espera os novos vizinhos de banca no Mercado do Rio Verde onde ele está há 16 anos quando conta ter mudado espontaneamente da Feira do Produtor. Ele se diz animado com a vinda dos feirantes da Feira do Produtor, acontecimento que ele diz significar melhora nas vendas no Rio Verde. “Com mais mercadorias oferecidas aqui atrairá mais clientes, pois com a oferta de mais produtos em um só lugar o comércio será aquecido”, planeja Luís Teles.