Vale e Gerdau deixam índice de sustentabilidade da Bovespa
A Vale e a Gerdau foram retiradas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, que entra em vigor em 4 de janeiro do ano que vem. A mineradora foi listada no ranking em sequência desde 2011, enquanto a siderúrgica aparecia na lista, pelo menos, desde 2010. A BM&FBovespa não justificou os cortes.
Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da operadora da bolsa brasileira, afirmou que não pode comentar sobre a entrada ou saída específicas de empresas no índice, mas disse que a metodologia do ISE leva em conta eventos e crises que ocorreram no processo de avaliação. O novo ranking de empresas que vai vigorar em 2016 foi escolhido após o acidente da Samarco.
“Há uma metodologia junto ao GVces (Centro de Estudos de Sustentabilidade da FGV) que tem aspectos qualitativos e quantitativos. Levamos em conta o que as empresas respondem no questionário e o que elas conseguem provar. Além disso, o que sai na imprensa também é um elemento importante. É um conjunto de questões que vai ao conselho”, disse Favaretto ao jornal O Globo.
A Vale, em conjunto com a BHP Billiton, é uma das sócias da Samarco, dona da barragem de rejeitos que se rompeu no último dia 5, em Mariana (MG), e matou, pelo menos, oito pessoas. A lama composta de rejeitos de minério de ferro já avançou até o Oceano Atlântico, tendo poluído o Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
As empresas que compõem o ISE são escolhidas com base nas respostas do questionário de seleção. O índice abrange governança corporativa, econômico-financeira, social, ambiental, entre outros pontos. O número de empresas no índice caiu de 39 para 35. Além da Gerdau, a Gerdau Metalurgia também deixou o ISE, após, pelo menos, cinco anos presente na lista.
Em dez anos, segundo a BM&FBovespa, o ISE acumula uma rentabilidade de 128,9%, ante 51,3% do Ibovespa. A expectativa é que o índice passe a ser mais relevante a medida que os países firmem novos acordos em relação aos principais problemas relacionados à sustentabilidade ambiental e social.
As novidades para o índice do ano que vem são a Oi e a Cesp. O ISE, que entra em vigor em 4 de janeiro do ano que vem, conta agora com AES Tietê, BRF, Copel, Eletrobras, Fleury, Light, SulAmerica, B2W, CCR, CPFL, Eletropaulo, Itaúsa, Natura, Telefônica, Banco do Brasil, Cemig, Duratex, Embraer, Itaú Unibanco, Oi, Tim, Bradesco, Cesp, Ecorodovias, Even, Klabin, Lojas Renner, Tractebel, Braskem, Cielo, EDP, Fibria, Lojas Americanas, Santander e Weg.