1.128 postos formais de trabalhos foram fechados em Parauapebas no mês de dezembro de 2016
A recessão da economia nacional levou o Pará a eliminar 39.869 postos formais de trabalho no ano passado, segundo os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem, pelo Ministério do Trabalho. O corte de vagas, apesar de menos intenso do que o verificado em 2015 (-5,14%), quando o saldo foi negativo em 41.918, o pior da história do Caged, mostra que 2016 ainda foi um ano desfavorável em termos de mercado de trabalho.
No geral, o mercado paraense de trabalho formal contabilizou no ano passado 302.158 desligamentos contra 262.289 contratações. Na comparação com as demais Unidades Federativas, o saldo negativo absoluto do Pará foi o 8º pior, atrás dos resultados de São Paulo (-395.288), Rio de Janeiro (-237.361), Minas Gerais (-117.943), Bahia (-67.291), Paraná (-59.828), Rio Grande do Sul (-54.384) e Pernambuco (-48.486). O único resultado positivo foi apontado em Roraima, com apenas 84 novos postos.
Em todo o País, foram perdidos no ano passado 1.321.994 empregos celetistas, equivalentes à retração de 3,33 % no estoque de assalariados com carteira assinada do ano anterior (1,542 milhão). Dentre os municípios paraenses, as maiores perdas de postos de trabalho no ano foram identificadas em Altamira (-9.161), Belém (-9.043), Canaã dos Carajás (-6.809), Marabá (-2.502), Barcarena (-1.885), Parauapebas (-1.643) e Vitória do Xingu (-1.336).
Por outro lado, Curionópolis (1.219), Capanema (319), Salinópolis (260), Juruti (244), Santa Izabel do Pará (192), São Geraldo do Araguaia (166) e Anapu (158), foram os municípios com maiores saldos positivos no mesmo período. Dos 144 municípios 99 fecharam o ano de 2016 com saldo de empregos celetistas negativos (69%).
Somente em dezembro último, o Pará reduziu em 10.596 empregos celetistas, equivalente à redução de 1,43% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Destes, 8.449 postos foram perdidos no interior do Estado, com destaque para Parauapebas (-1.128) e Altamira (-1.084); e 2.147 na Região Metropolitana de Belém, com maior incidência na capital (-1.393) e Ananindeua (-509). No País, as demissões superaram as contratações em 462.366 vagas com carteira assinada. O fechamento de postos foi menor que o registrado no mesmo mês de 2015, quando 596.208 pessoas perderam o emprego.
Setores
De acordo com o Caged, apenas os setores de Serviços Indústrias de Utilidades Públicas-SIUP (253) e da extrativa mineral (28) apresentaram saldo positivo de empregos no Pará em 2016. O resultado negativo do mercado de trabalho do Pará decorreu, principalmente, da diminuição no setor da construção civil (-21.446), que representou 54% do total do saldo negativo.
Nota da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), aponta que nesse setor, as maiores baixas foram nas atividades relacionadas à construção de edifícios (-5.735), construção de barragens e represas para geração e distribuição de energia elétrica (-5.121) e obras de montagens indústria (-3.564).
“Os municípios de Altamira e Vitória do Xingu, ligados à Construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, responderam juntos pela retração de 8.677 vínculos nesse setor. Soma-se ainda o município de Canaã dos Carajás, no qual fica localizada a mina de ferro S11D, com a redução no estoque de emprego de 6.507 trabalhadores na Construção Civil, oriundos, em boa parte, da finalização das obras de estruturação da mina”, destaca a nota.
Os setores de Comércio (-8.419) e Serviços (-3.836), também contribuíram para a redução do saldo, influenciados, segundo a Fapespa, pela retração no consumo de famílias a partir da redução da massa salarial que totalizou R$ 100,334 milhões em 2016 e da manutenção em patamares elevados o endividamento e o aumento da inadimplência.
Somente o setor varejista perdeu 8.001 postos de empregos em 2016. Outro setor com saldo negativo considerável foi o Agropecuário (-1.602), com destaque para os municípios de Paragominas (-483), Concórdia do Pará (-336) e São Francisco do Pará (-211), entre os maiores saldos negativos no Estado.