Parauapebas está entre os municípios mineradores que mais concentram casos de violência contra a mulher
O fluxo migratório de homens para projetos de mineração em todo Brasil, seja pela extração, seja no processo de escoamento do minério, leva a uma explosão populacional.
Pamela Silva, conta a nossa equipe que os turnos cansativos, poucas folgas e escasso tempo de lazer levou o ex-marido ao alcoolismo e ao colapso da convivência social. “Nas folgas, ele só bebia e era eu que mais sofria violência dele, de todos os tipos, mas no dia a dia os xingamentos, os tapas eram mais amenos. É complicado porque ele saía de casa às 3h da manhã para pegar turno na mina e voltava às 16h da tarde, com uma raiva do mundo, que não deu mais para ficar junto”, disse.
Embora muitas mulheres não registrem boletim de ocorrência em Parauapebas contra os maridos violentos, a Delegacia de Polícia Civil da cidade estima que 80% dos casos de violência contra a mulher no município envolvem funcionários da Vale.
Segundo o último Mapa da Violência Contra as Mulheres (2012), os sete principais estados mineradores (Pará, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Maranhão, Piauí e São Paulo) correspondem a 31,2% dos casos de violência do país contra as mulheres.