Magellan vende subsidiária dona de projeto de ouro no Pará para cumprir obrigações
A Magellan Minerals informou hoje (3) que entrou em acordo com a gestão da empresa para quitar os compromissos assumidos com os diretores, que totalizavam US$ 1,8 milhão no fim de setembro. A empresa pagará o valor em ações, dinheiro e transferindo a participação que possui na subsidiária Magellan Minerais Prospecção Geológica, que é dona do projeto de ouro Cuiu-Cuiu, em Tapajós, no Pará.
A quantia de US$ 1,8 milhão inclui remunerações não pagas, despesas assumidas pelos diretores em nome da Magellan, entre outros, desde 2013. A gestão da mineradora também cooperou com subscrição de ações, em conjunto com investidores, e com reduções significantes na remuneração em 2013 e em 2015 para preservar caixa da Magellan, informou a mineradora em comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira.
A Magellan vai transferir 100% da participação que possui na Magellan Minerais Prospecção Geológica por aproximadamente US$ 375 mil. O valor foi definido com base em uma análise do escritório Ross Glanville & Associates e pela consultoria Bruce MckNight Minerals Advisor Services, que definiram a quantia como “justa”.
A subsidiária brasileira da Magellan é dona do projeto Cuiu-Cuiu, considerado em estágio avançado pela mineradora, e das áreas Bom Jardim, União e Poconé. Os compromissos financeiros da Magellan Minerais, no fim de setembro, somavam aproximadamente US$ 310 mil.
O carro-chefe da Magellan, o projeto de ouro Coringa, que está perto de entrar em produção, pertence à subsidiária Chapleau Exploração Mineral e não será afetado pelo acordo com os diretores da empresa. O ativo também fica na região de Tapajós.
Para realizar a transferência da participação na Magellan Minerais, a mineradora precisará desembolsar cerca de US$ 200 mil com “atividades de reestruturação” da empresa. A mineradora canadense também terá que arcar com todas os custos operacionais da subsidiária no quarto trimestre, estimados em US$ 90 mil. Após 31 de dezembro, a Magellan “não terá nenhuma responsabilidade ou comprometimento” com a subsidiária brasileira.
Como parte da quitação das obrigações, a mineradora vai emitir até US$ 573 mil em títulos, formados por uma ação ordinária e um warrant (opção de compra) não transferível. Cada título será negociado por 5 centavos de dólar canadense, e o warrant permitirá ao detentor adquirir uma ação da Magellan dentro de 18 meses por 10 centavos de dólar canadense.
O acordo inclui outra emissão de US$ 627 em títulos, sendo 10 centavos de dólar canadense cada, compostos por uma ação ordinária e um warrant e meio para adquirir papéis da Magellan dentro de 18 meses por 18 centavos de dólar canadense.
A Magellan terá ainda que desembolsar US$ 38 mil em dinheiro para cumprir com as obrigações. Os diretores da empresa perdoaram o pagamento de US$ 191 mil.
Os compromissos financeiros totais da Magellan somam US$ 3,53 milhões. Com o acordo feito com diretores da empresa, mais de 60% desse total foi cortado. “Estou muito agradecido à nossa equipe de gestão que participou dessa reestruturação. A equipe mostrou um enorme compromisso com a companhia e seu projeto carro-chefe Coringa nos últimos anos, durante períodos muito desafiadores, e assim continuam fazendo”, disse Alan Carter, presidente e CEO da Magellan.
As operações envolvendo ações e warrants estão sujeitas à aprovação da Bolsa de Valores de Tornonto (TSX), enquanto a transferência da participação na Magellan Minerais depende da aprovação dos acionistas.