Em alta: Quilo do feijão chega a R$ 11,70
Foi-se o tempo em que feijão com arroz era considerado comida de quem tinha pouco poder aquisitivo. O preço do produto não para de subir e está fazendo com que ele desapareça da mesa do paraense. Até mesmo quem tem renda mais elevada está reclamando e revendo o consumo para reduzir o impacto no orçamento familiar.
Com alta acumulada em 46% de janeiro a maio deste ano, o feijão foi o item da cesta básica que mais subiu de preço. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), no final do ano passado o quilo do feijão era comercializado, em média, a R$ 4,50 em Parauapebas. Seis meses depois pode ser encontrado, dependendo da marca, de R$3,38 a R$11,70.
FEIJOADA A R$ 45
Nos restaurantes, a carestia atingiu quem usa o produto no cardápio. No estabelecimento onde Paulo Coutinho é gerente o preço da tradicional feijoada servida aos fins de semana e feriados aumentou em 10%. De R$37,00 o prato agora é vendido a R$45,00. “Antes, vendíamos de 20 a 25 porções por fim de semana, agora só saem no máximo 20. O prejuízo é muito grande”, reclama Coutinho. Para atrair os clientes, o restaurante passou a fazer até promoções com 10% de desconto em todo o cardápio.
De acordo com o Dieese, o preço vai continuar subindo no mês de junho. As razões para tanta alta é a sazonalidade na região Centro-sul do Brasil, que está variando de temperatura, o que provoca quebra na safra. Além disso, a comercialização do produto sofre o aumento da inflação que está aumentando o preço de tudo, incluindo do frete. “O Pará não tem política de abastecimento que garanta estoque de alimentos por longo período e evite consumo mais caro como o que está acontecendo agora com o feijão”, afirma o assessor técnico do Dieese, Roberto Sena.