Confusão: Policia Militar e Rodoviária prendem “Sem terras” em fazenda próxima a Parauapebas
Nesta quarta-feira (3), vários trabalhadores sem terras estiveram acampados em frente a Delegacia de Polícia Civil em Parauapebas, em protesto a prisão de quatro trabalhadores rurais sem terra.
No fim da tarde cerca de 80 pessoas ligadas ao movimento sem terra, foram retirados da fazenda Santa Clara e conduzidos em dois caminhões pela Polícia Militar para a 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil local. A fazenda Santa Clara fica localizada na zona rural de Marabá, cerca de 65 quilômetros do município de Parauapebas.
Segundo informações, logo que entraram na área houve confronto entre os que fazem parte do movimento e a PM, várias pessoas ficaram feridas com tiros de balas de borracha, e outras quatro pessoas, sendo elas, três homens e uma mulher, acabaram sendo detidos, acusadas de porte ilegal de arma de fogo e cárcere privado, uma vez que segundo a polícia uma mulher, parenta do dono da fazenda teria sido agredida e mantida em cárcere, pelos ocupantes da área.
Um dos coordenadores do grupo, o pastor Jesivaldo Alves Viana, desmentiu a versão apresentada pela polícia e explicou que as famílias retiradas da área haviam acabado de chegar à sede da fazenda, e cerca de 20 minutos já estava cercados por homens da PM que já passaram a dispersar os ocupantes com tiros de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Jesivaldo Alves, ainda relata que a cerca de quinze dias homens da polícia militar estiveram dentro da área e que desde então os mesmos vinham ameaçando as famílias que estavam acampadas no local.
Ainda segundo Jesivaldo Alves, a área pertence a união, mas que fazendeiros vem tentando se apropriar. “Logo após sofremos ameaças, protocolamos denuncia nos órgãos competentes como: na Delegacia de Conflito Agrário (DECA ) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), na Policia Federal e Ministério Publico. Hoje nossas mulheres e crianças foram agredidas por eles que estavam a serviço do fazendeiro. O que queremos que eles nos explique é o quê que a Polícia Rodoviária Estadual fazia dentro do mato numa distância daquela em área da fazenda?” interrogou.
De acordo com o Subcomandante PM Alan Costa, um cidadão teria procurado a delegacia para denunciar que a irmã dele estava sendo ameaçada dentro do domicilio e sendo mantida em cárcere privado. “Nós estávamos no quartel então nos deslocamos para a área e lá nos deparamos com uma grande quantidade de pessoas com bandeiras do Movimento e ocupando o imóvel. Procuramos dialogar com eles e informamos sobre a denúncia que havíamos recebido, mas, eles não permitiram a nossa entrada, então foi necessário o uso de munição química para dispersar as pessoas que estavam no interior daquele imóvel”. Explicou o Subcomandante, acrescentando que ao entrar no imóvel encontrou a proprietária, e ela nos informou havia sido ameaçada com arma de fogo por um indivíduo de prenome Adriano, que com a chegada da polícia se evadiu do local.
Ainda segundo o policial ao chegar ao local à tropa teria sido recebida a tiros de arma de fogo, rojões e um dos policiais também foi atingido por um pedaço de pau. “Nós reagimos conforme a reação deles” ressaltou o PM.
Quanto ao questionamento sobre a presença de agentes da PRE na fazenda, o sargento Matos da Polícia Rodoviária Estadual, explica que sua guarnição se encontrava no quartel quando foi acionada pela polícia militar para que se deslocasse até ao local que seria uma rodovia onde uma mulher e sua família estavam sendo mantida em cárcere privada. “Atendemos o chamado e no local encontramos duas armas de fogo, bastantes armas brancas e rojões, fizemos a detenção e liberamos a mulher que estava nos fundos da fazenda”.
Informações dão conta que uma guarnição da DECA em Marabá está chegando no município nesta manhã para ouvir os Policiais Militares e trabalhadores envolvidos no conflito agrário.
(Caetano Silva)
2 Comentários
Trabalhar que é bom ninguém quer! ¬¬’
Como nossos policiais são eficientes! sqn