Atendendo a solicitação do vereador Israel Pereira, o Miquinha, os responsáveis pelo projeto de duplicação da Estrada Faruk Salmen vieram à Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira (23) prestar esclarecimentos sobre o andamento da obra. Esteve presente, também, o adjunto da Secretaria Municipal de Obras (Semob), Plácido Faria.
O convênio de duplicação foi firmado entre a prefeitura municipal e a mineradora Vale em abril do ano passado. Apesar do prazo de vigência do convênio de 60 meses, a obra tem o término previsto para dezembro deste ano. O trecho de duplicação da estrada vai da Delegacia de Polícia Civil até o Bairro Palmares Sul, numa extensão de 8,4 km. Perímetro que terá, ainda, pista de rolamento com sete metros de largura, ciclovia e área de passeio para que os pedestres possam transitar com segurança.
No convênio, a mineradora tem a obrigação de aportar recursos financeiros no valor de R$ 23 milhões, bem como executar por meio da empresa contratada a obra em questão. A parte que cabe ao município no convênio são as desocupações, controle do tráfego durante o período da obra e a implantação de iluminação pública, rede de esgoto, sinalização eletrônica e paisagismo. No entanto, alguns pontos se encontram paralisados, como a relocação da rede elétrica desde novembro do ano passado, o que pode atrasar a conclusão do projeto.
Para compreender o funcionamento da obra, os vereadores Ivanaldo Braz, Euzébio Rodrigues, Charles Borges, Zacarias Marques, Devanir Martins, Josineto Feitosa, Odilon Rocha e o solicitante da reunião, vereador Miquinha, acompanharam explicações sobre o projeto da duplicação e sugeriram algumas alterações.
Devanir lembrou que a obra é uma reivindicação antiga dos moradores de Parauapebas. “Estamos discutindo esta obra há dez anos. Acho que dá para cumprir o cronograma físico, pois existem recursos para isso”, comentou o parlamentar.
Segundo Odilon, um dos pontos cruciais do projeto é o cumprimento do prazo de conclusão. “Quanto mais a obra demora, maior a dificuldade para que seja concluída. O município tem sua parte a cumprir e a Vale também. Temos que zelar pelo compromisso com o social, evitando acidentes e consequentemente as mortes”.
Para o vereador Zacarias Marques, o trecho da obra é muito extenso e por isso é imprescindível que existam passarelas durante o perímetro. “Não sinto que o pedestre esteja contemplado nesta obra. A rodovia passa na entrada de vários bairros e não tem como o transeunte atravessar a via em segurança, porque estamos falando de uma rodovia movimentada, ainda mais no período da Feira Agropecuária. Além da falta de passarelas, há, ainda, a falta de pontos de ônibus. A mobilidade urbana tem que ser pensada para todos. A contrapartida social tem que ocorrer neste momento”, explicou o vereador.
O líder executivo do ramal ferroviário, Plínio Tocchetto, representante da Vale, ressaltou que alterações no projeto podem atrasar a finalização da obra. “Estamos dando um grande passo com a duplicação. As grandes modificações possivelmente serão inviáveis, em virtude do planejamento financeiro, mas pequenas mudanças serão realizadas”.
Reiterando o pedido da passarela, bem como o de uma ciclovia segura, Devanir Martins lembrou que a mineradora tem a obrigação de devolver para a comunidade parte da riqueza que é explorada. “O município tem o ônus e os recursos minerais que a Vale extrai daqui são muito grandes. Os investimentos no social estão aquém dos lucros retirados da cidade”, cobrou.
No final do encontro, ficou acertado que uma nova reunião entre vereadores, representantes da Vale e da Prefeitura de Parauapebas deverá ocorrer no início do mês de junho próximo, para avaliar o andamento da obra e as pendências de desapropriação de imóveis às margens da estrada e a retirada de postes da rede elétrica que se encontram em local onde a nova pista está sendo construída.
Josiane Quintino / Ascom CMP