Ela, que já foi a segunda maior empresa brasileira, está atrás de Ambev, Itaú, Bradesco e Petrobras
Não é só a Petrobras, envolvida em um esquema de desvios de recursos “absurdo”, segundo palavras da própria presidente Dilma Rousseff, que se desvalorizou bastante nos últimos anos.A mineradora Vale, comandada pelo executivo mineiro Murilo Ferreira, não passa também por um bom momento na bolsa de valores.
Desde 16 de maio de 2008, quando valia R$ 322,9 bilhões, seu recorde, a companhia perdeu mais de R$ 200 bilhões. Atualmente, seu valor de mercado está na casa dos R$ 106 bilhões.Em 2013, suas ações preferências (VALE5) acumulam queda de 38,3%. Em 2013, caíram 15,2%. Seu valor de mercado equivale a 0,6 do valor patrimonial. Isso significa que se a Vale fosse fechada e seus bens vendidos, os acionistas ganhariam mais dinheiro do que mantê-la operando.
De forma simplificada, é um indicativo de que a ação está barata (atenção: outros indicadores devem ser analisados para se chegar a essa conclusão).Há seis anos, a Vale era a segunda maior empresa do Brasil em valor de mercado, atrás apenas da Petrobras. Hoje é a quinta. Estão à sua frente a cervejaria Ambev, os bancos Itaú e Bradesco e a combalida Petrobras.O que explica a desvalorização da Vale, que, ao contrário da Petrobras, não está envolvida em nenhum esquema de corrupção?A companhia sofre, de certa medida, de um mal que também aflige a Petrobras: o fim do superciclo de commodities. O petróleo, por exemplo, está cotado abaixo dos US$ 60 dólares.
O minério de ferro, principal matéria-prima da Vale, por sua vez, está cotado abaixo dos US$ 70. No auge, chegou perto de US$ 200. A desaceleração da China, seu principal mercado, também seu quinhão na queda de valor da Vale.
“Temos de estar focados em disciplina, alocação de capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação”, disse recentemente Ferreira.O executivo tem dito que a empresa se preparou nos últimos anos para enfrentar o que ele chama de “momento menos exuberante” na mineração.
Uma das estratégias, desde que Ferreira assumiu, tem sido cortar custos. Os gastos gerais administrativos, por exemplo, passaram de US$ 2,3 bilhões, em 2011, para US$ 900 milhões, estimados para o fim de 2014. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento também tiveram uma queda: de US$ 1,7 bilhão para US$ 800 milhões, no mesmo período.Os investimentos da mineradora brasileira também serão menores ao longo dos anos. Em 2011, por exemplo, a Vale investiu US$ 16,3 bilhões. Neste ano, a estimativa é de US$ 12 bilhões. Em 2010, cairá para US$ 10,2 bilhões. Em 2019, a estimativa é de investir US$ 4,9 bilhões.
Fonte: Midianews