Para conter o avanço da dengue no Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realiza treinamentos, supervisão em municípios e fomenta o retorno das atividades que haviam sido suspensas durante a pandemia de Covid-19.
Uma das ações retomadas é o levantamento do Índice de Infestação Predial (IIP) de mosquito Aedes aegypti pelos municípios. “Cada município precisa avaliar a sua situação epidemiológica frente à amplitude da Covid-19. Essa avaliação é essencial para a reorganização das atividades de vigilância e controle ao longo de 2021”, afirmou a coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), por exemplo, está desenvolvendo uma pesquisa por meio de armadilhas chamadas ovitrampas para obter informações sobre o mosquito transmissor da dengue na capital.
A ovitrampa simula um ambiente perfeito para a procriação do mosquito Aedes aegypti. A armadilha é composta por um recipiente preto com água e levedura de cerveja pra atrair a fêmea do mosquito e uma palheta de madeira, que facilita a postura dos ovos.
O equipamento fica na residência por um período de sete dias e depois por mais 15 dias. Após esse período, o agente de endemias coleta a palheta para ser encaminhada para o Laboratório de Entomologia. Com base no resultado da análise, são traçadas as estratégias para o combate à dengue no município.
Em relação aos treinamentos, Aline Carneiro informou que houve atualização das atividades de controle vetorial e vigilância epidemiológica para os municípios do 4º Centro Regional de Saúde, em Capanema, 5º CRS em São Miguel do Guamá, 8º CRS em Breves, 6º CRS em Igarapé-Miri e Barcarena e 11º CRS em Marabá. “Também distribuímos larvicidas para os 13 Centros Regionais de Saúde”, acrescentou. Ela disse, ainda, que dos 144 municípios paraenses, até o momento, 85 enviaram o Plano de Contingência Municipal par 2021.
Dados – Segundo o 7º Informe Epidemiológico da Dengue, Chikungunya e Zika divulgado na segunda-feira (13), com dados de janeiro a 30 de agosto de 2021, o Pará registrou 2.241 casos confirmados de dengue, representando um aumento de 28, 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 1.748 casos da doença no estado.
Os cinco municípios com maior número de casos confirmados são Itaituba (502), Belém (497), Altamira (189), Novo Progresso (139) e São João do Araguaia (137). Até o momento, houve um óbito registrado no município de Itaituba.
Em relação aos sorotipos circulantes, o que é feito por amostragem,o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) e Instituto Evandro Chagas (IEC) identificaram 66 casos de dengue tipo 1 e dois casos de dengue tipo 4.
Chikungunya e zika
Quanto à febre de chikungunya, o Informe Epidemiológico aponta o registro de 90 casos confirmados da doença contra 143 ocorridos em 2020, correspondendo a uma redução de 37,06% em relação ao mesmo período de 2020.
Os municípios com maior ocorrência são Belém (21), Parauapebas (19), Castanhal (09), Santarém (05) e Breves (04).
Em relação à febre de zika vírus, o Pará registrou 23 casos confirmados da doença contra 173 casos confirmados em 2020, correspondendo a uma queda de 87%.
Os municípios com mais casos confirmados são Santarém (13), Belém e Prainha (02 cada um) e Mocajuba com apenas 01 caso.
Sinais e sintomas – As manifestações clínicas da dengue, chicungunya e zika são muito parecidas, por isso é importante prestar atenção: os principais sintomas da dengue são febre alta e de início imediato sempre presente, dores moderadas nas articulações, manchas vermelhas na pele e coceira leve.
A chikungunya se manifesta com febre alta de início imediato, dores intensas nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 48 horas, coceira leve e vermelhidão nos olhos.
Já a zika apresenta febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 24 horas, coceira de leve à intensa e vermelhidão nos olhos.
Aline Carneiro ressaltou que as Secretarias Municipais de Saúde precisam notificar à Coordenação Estadual de Arboviroses até 24 horas os casos graves e óbitos por dengue, chicungunya e zika.
Medidas preventivas
Quanto à população, ela orienta que não se automedique frente ao aparecimento de sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima para atendimento médico e mantenha os seguintes cuidados no seu domicílio:
· Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;
· Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;
· Não deixar água acumulada sobre a laje;
· Manter garrafas com boca virada para baixo;
· Acondicionar pneus em locais cobertos;
· Proteger ralos sem tampa com telas finas;
· Manter as fossas vedadas;
· Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.
· Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.
Serviço: Para solicitar orientações e denunciar existência de possíveis criadouros de mosquito, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde do seu município.