A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) prossegue até esta terça-feira (30), em Bagre, no arquipélago do Marajó, com a implementação de ações de vigilância, diagnóstico, tratamento coletivo e educação em saúde para as geo-helmintíases e esquistossomose, tendo como alvo estudantes de escolas públicas na faixa etária de 5 a 14 anos.
Organizada pelo Departamento de Controle de Endemias da Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-helmintos e Tracoma e em conjunto com o Laboratório de Parasitoses Intestinais e Esquistossomose (LAPIE) e o Laboratório de Malacologia (LABMAL) do Instituto Evandro Chagas, as atividades contam com o apoio das Secretarias de Saúde e de Educação de Bagre desde o dia 15 deste mês.
Segundo a coordenadora de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-helmintos e Tracoma da Sespa, Antonilde Sá, as crianças são um importante grupo de risco para as infecções por geo-helmintos porque estão em fase de crescimento físico e desenvolvimento cognitivo.
“O impacto negativo da infecção produz, além da redução no desenvolvimento físico e mental, diarreia, dores abdominais, falta de apetite, perda de peso, até complicações como a formação de granulomas e processos obstrutivos que exigem intervenção cirúrgica, podendo inclusive levar ao óbito”, alerta.
O município de Bagre foi selecionado em função da avaliação dos índices de maior vulnerabilidade e altas taxas de ocorrência destes agravos.
Para as atividades, foram selecionadas quatro escolas da zona urbana do município para a realização de exames nas crianças: Rui Antônio Farias Lobato Filho, Araci Correa Santa Maria, Professora Inês Faria Maia e O Mundo da Criança, além de uma escola municipal na área rural, Teotônio Nonato do Carmo, na comunidade ribeirinha Guerreiros de Cristo.
Ao todo foram disponibilizados 500 exames para atender a demanda estudantil. Em todos as escolas foram realizadas palestras educativas para prevenção das verminoses e foram distribuídas 1.200 cartilhas paradidáticas sobre verminoses e outros materiais educativos. “As crianças com exames positivados e estão sendo tratadas com apoio da atenção básica e com supervisão médica”, complementou Antonilde Sá.
Pesquisa – Durante o período das atividades, técnicos do IEC também realizam a pesquisa por caramujos para verificação de hospedeiros intermediários de parasitos e mapeamento de áreas de risco de transmissão de doenças como esquistossomose e meningite eosinófilica, transmitidas respectivamente pelos caramujos biomphalaria e caracol gigante africano.
Esta pesquisa objetiva fortalecer as ações de vigilância e controle dos vetores transmissores da esquistossomose no Estado por meio de técnicas de identificação, testes de infectividade, georreferenciamento e monitoramento das áreas com potencial risco de transmissão da doença.
Segundo Antonilde Sá, a pesquisa por geo-helmintos nas populações vulneráveis garante o cuidado humano e a investigação por vetores de doenças parasitárias, no meio ambiente e de forma conjunta, são estratégias de esforços em saúde pública em favor da garantia de bem-estar das populações, com foco na prevenção e controle de enfermidades.
Os resultados dos exames já realizados indicam que as crianças estão apresentando uma alta carga parasitária, inclusive com infecções múltiplas de até quatro verminoses.
“Isso ressalta a importância de ações de saúde pública como estas em comunidades carentes dos municípios do Estado que, além de contribuírem com o desenvolvimento saudável das crianças, alertam para a necessidade de mais investimentos em saneamento básico e educação sanitária para o efetivo controle das verminoses e outras doenças associadas a estes problemas estruturais”, destaca Antonilde Sá.