Representando o Governo do Pará, o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Mauro O’de Almeida, participou da 2ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Finanças, realizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), nesta quarta-feira (26). A videoconferência apresentou a plataforma SeloVerde para os representantes do Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Itaú, BNP Paribas e Caixa Econômica.
Lançada pelo Pará, a plataforma SeloVerde pretende fazer o cruzamento de dados de diversos sistemas de controle e gerenciamento existentes no Brasil, para saber sobretudo se a produção pecuária está de acordo com a base do Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, como a produção pecuária vem se adequado do ponto de vista ambiental. Atualmente, a plataforma está em versão ‘BETA’, com resultados informativos.
“O Pará tem buscado criar um mosaico de iniciativas que melhorem a regulação e a própria capacidade de licenciamento e fiscalização. A plataforma SeloVerde faz a conformidade das propriedades rurais, avalia a conformidade ambiental a partir da rastreabilidade dos fornecedores ou dos criadores de gados para fornecimento para frigoríficos. As certificações sempre devem vir do poder público, e nós agora temos uma proposta de certificação vindo do poder público, a partir do SeloVerde. Mesmo aqueles do setor produtivo que tem pago auditorias e até sistemas de rastreabilidade, eles não conseguem aderência de maneira geral porque são pagos pelo próprio setor, então a gente precisa internalizar isso de alguma forma no elemento público para que o banco tenha mais segurança de oferecer o crédito, para que o comércio local também tenha segurança de que está circulando mercadorias de forma ambiental adequada”, disse o secretário da Semas, Mauro O’de Almeida.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), responsável pelo desenvolvimento da plataforma, Raoni Rajão, também informou que vai ser criado um comitê de acompanhamento do SeloVerde exatamente para ter a interface com a sociedade e para trazer novas sugestões. “A ideia é que a plataforma se torne cada vez mais uma infraestrutura de dados para que se construam soluções voltadas para dados de diferentes setores, e que inclusive, seja uma base para que cada instituição bancária possa aplicar de maneira segura e rigorosa as próprias regras de governança socioambiental”, ressaltou.
O CEBDS é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema.
Representantes das instituições financeiras parabenizaram o governo do Pará pela ação. “São iniciativas que a gente recebe com muita felicidade. A gente percebe uma diferenciação nos estados e municípios em tratar esse assunto. É uma ferramenta que sem dúvida nenhuma permite o desenvolvimento do estado, porque os produtores rurais certamente terão muito mais facilidade em acessar o financiamento a partir de informações mais estruturadas e consolidadas. A gente fica ansioso para ter acesso à ferramenta e poder colaborar no sentido de utilizar e dar funcionalidade”, disse Marcio Gama, gerente de Soluções em Negócios Sustentáveis do Banco do Brasil.