Os esforços da China para aumentar a quantidade de aço que o país recicla devem ter um impacto crescente sobre a demanda para o minério de ferro, ameaçando piorar um excesso global de oferta e colocando ainda mais pressão sobre fornecedoras mundiais.
A China obteve 78,5 por cento de suas necessidades totais de minério de ferro do exterior no ano passado, importando um recorde de 933 milhões de toneladas, mas agora está tentando fazer mais uso das vastas quantidades de aço enterradas em aterros ou presas em concreto.
Analistas disseram que os esforços podem começar a ter impacto no mercado já neste ano, conforme medidas para melhorar as taxas de coleta começam entrar em vigor, e até 200 milhões de toneladas de sucata podem ser gerados por ano até 2020.
“A demanda por minério de ferro vai estar em queda a partir de 2017 pois a geração de sucata vai crescer mais rápido que a demanda”, disse o analista da CLSA Ian Roper, numa conferência em Pequim.
“Os altofornos chineses usam apenas 8 por cento de sucata e é possível elevar isso até 20 por cento”, acrescentou Roper.
Mega mineradoras como a Vale, a Rio Tinto e a BHP Billiton elevaram as ofertas em 234 milhões de toneladas nos últimos dois anos, pressionando os preços e aumentando suas participações no mercado na China, que compra cerca de dois terços do minério de ferro global.
Uma desaceleração econômica cortou o consumo aparente de aço da China no ano passado pela primeira vez desde 1981.
Em projeções anteriores, a BHP Billiton estimou que a proporção de sucata da China subirá para cerca de 20 por cento até 2020 e para entre 30 a 39 por cento até 2030.