Os professores das instituições federais de ensino superior realizam um ato, na manhã desta quinta-feira (25), em frente à Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em alusão ao Dia de Luta dos Servidores Públicos Federais. A categoria, que está há quase um mês em greve, deve se reunir ainda na manhã de hoje com o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal do Pará (UFPA), para discutir o calendário letivo da universidade, interrompido pela paralisação. A reunião, que ocorrerá na sede da reitoria, a partir das 9h, contará com a presença do reitor Carlos Maneschy.
Na tarde da última terça-feira, o comando nacional da greve se reuniu com representantes da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) para discutir a pauta de reivindicações dos professores universitários de todo país. No entanto, segundo a categoria, nada foi solucionado e nenhuma medida foi proposta pelo ministério para revolver o impasse com os docentes. O resultado é a permanência da greve, iniciada no último dia 28 de maio e já com adesão de 35 instituições.
Na avaliação do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) o documento apresentado pela Sesu/MEC como sendo uma resposta à pauta da entidade, não reconhece as reivindicações da categoria e ainda aponta para a aprovação do Projeto de Lei 2177/2011, que prevê reforçar a autonomia das universidades via privatização.
No Pará, a Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa) também considerou decepcionante o posicionamento do ministério. Segundo a diretora da associação, Luciene Medeiros, a expectativa era de discussão das reivindicações da categoria. “Estamos frustrados. A resposta dos representantes do MEC foi postergar as nossas reivindicações e delegar ao Ministério do Planejamento o debate sobre reajuste salarial. Ou seja: não há intenção de resolver”, desabafou.
Entre as reivindicações dos docentes estão o reajuste salarial linear de 27,3%, uma política de valorização salarial, a reestruturação da carreira docente e melhorias nas estruturas das instituições. Além disso, os professores solicitam a revisão dos cortes no orçamento das universidades federais. O MEC anunciou um corte de até 47% nos orçamentos de capital em todas as instituições. “É um corte de 9 bilhões de reais que inviabiliza o ensino, a pesquisa e a extensão”, acrescentou Luciene. Os impactos da paralisação já se refletiram no calendário da instituição.