Há quatro anos à frente da Alepa, desde 2013, Márcio Miranda não consegue gerir investimentos; nunca iniciou a construção da nova sede, mesmo recebendo o cargo com R$ 10 milhões em caixa para esta finalidade; sem falar que o atual prédio da instituição, localizado no Centro Histórico de Belém, está caindo aos pedaços. O gasto com pessoal também é estratosférico e nos últimos quatro anos passa a casa de R$ 1,4 bilhão.
A construção da nova sede é um caso à parte: quando Manoel Pioneiro deixou a presidência da Casa, em 2012, garantiu, no orçamento, R$ 10 milhões para o início das obras. No entanto, nos últimos quatro anos, Miranda liquidou mais de R$ 7,8 milhões da rubrica de construção da nova sede e até agora nenhum prego foi colocado. Márcio Miranda não explica onde foi alocado o dinheiro. Os dados foram conseguidos no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem).
Forro deteriorado evidencia a falta de manutenção da atual sede da Alepa (Foto: Marco Santos)
Divisória de parede do prédio também está deteriorada (Foto: Marco Santos)
Paredes infiltradas são outro transtorno para quem trabalha ou frequenta a Assembleia Legislativa (Foto: Marco Santos)
GASTOS EXORBITANTES
– No anexo do Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC), a população sofre sem ar-condicionado e móveis deteriorados. De 2013 até hoje, Márcio Miranda gastou pouco mais de R$ 981 mil para melhorias no local.
– Nos últimos quatro anos, o presidente da Alepa consumiu nada menos do que R$ 1,4 bilhão com pagamento de folha. Com funcionários temporários, Márcio Miranda
“torrou” R$ 356 milhões. (Dados do Siafem)
Prédio da Alepa sofre “restauro” de R$ 9 milhões
Enquanto a nova sede da Alepa é apenas uma maquete empoeirada jogada debaixo de uma escada da Casa, a atual sede do órgão tem escadas quebradas, tetos sem forro, caixas d’águas internas à mostra, paredes estouradas e com mofo, instalações hidráulicas e de ar-condicionado precárias, corredores sem iluminação e fiação elétrica exposta.
Apesar disso, duas empreiteiras ligadas a Márcio Miranda ganham sucessivamente contratos para restauros do prédio que nunca acabam. Decol e Innova já embolsaram R$ 5.695.507 nos últimos dois anos da administração de Miranda.
Para se fazer um comparação, desde que assumiu, segundo o Siafem, Márcio Miranda já desembolsou pouco mais de R$ 9 milhões para a propalada restauração da Alepa; Decol e Innova abocanharam mais de 60% dos recursos no período. Outras nove empresas dividiram o valor restante do orçamento liquidado: R$ 3.336.695, diz relatório do Siafem.
MAIS CONTRATOS
Este ano, dois contratos de restauração da sede da Alepa foram licitados. A Decol leva um lote de R$ R$ 106 mil e a empresa A3, embolsará quase R$ 267 mil.