O estado do Pará registrou queda de 45% nos casos de malária de janeiro a junho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), foram 8.355 casos confirmados neste ano contra 15.107 registrados no ano passado. Em relação ao ano de 2018, que teve 21.189 casos de malária notificados, a redução foi de 60, 56%.
Considerando as Regiões de Integração com maior incidência, o Baixo Tocantins reduziu os casos de malária em 81%, o Lago de Tucuruí em 95%, o Marajó em 50% e a Região do Capim em 84%. Houve aumento de 32% na Região do Tapajós, de 40% na Região do Xingu e de 300% na Região de Carajás, sendo que foram oito casos confirmados neste semestre e apenas dois casos no mesmo período de 2019. Já as Regiões Metropolitana I, II e III não apresentaram casos autóctones de malária em 2020.
De acordo com a Sespa, 80% dos registros ocorreram em sete municípios: Anajás (1.702), Itaituba (1.444), Jacareacanga (979), Bagre (782), Alenquer (694), Oeiras do Pará (610), Altamira (358) e Cametá (349).
Cláudio Cardoso, da Sespa, diz que as ações em 2019 foram fundamentais para o decréscimo da doença no ParáEm relação às áreas prováveis de infecção, houve redução de 72,8% na área urbana e de 58,5% na área rural. No entanto, houve aumento de 17,8% na transmissão em regiões de garimpo e de 46,7% nos territórios indígenas.
Segundo o coordenador estadual do Programa de Controle da Malária, Cláudio Cardoso, a intensificação das ações em 2019 foi de suma importância para o decréscimo da malária no Pará.
“Apesar da pandemia de Covid-19 neste primeiro semestre, as Secretarias Municipais de Saúde conseguiram trabalhar para manter a redução no número de casos da doença” – Cláudio Cardoso, coordenador estadual do Programa de Controle da Malária.
Ele informou ainda que os avanços foram possíveis porque as equipes de supervisores da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Malária da Sespa mantiveram de forma remota as orientações, monitoramentos e acompanhamento nas diversas Secretarias Municipais de Saúde.
“A Coordenação Estadual continuará acompanhando as ações de combate à malária de forma complementar e suplementar, para garantir o controle e diminuição dos casos da doença. Pois é importante dar sustentabilidade a essas ações, bem como manter a vigilância e sensibilização da gestão local”, assegurou Cláudio Cardoso.
Sinais e sintomas
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles (mosquito prego), que aparecem principalmente ao entardecer e ao amanhecer.
Os sintomas mais comuns da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem essas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.
É importante ressaltar que a malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).