E
ntrou pela noite de ontem, 28, a audiência de negociação entre os trabalhadores em educação pública e a Secretaria de Estado de Administração (Sead) para chegar ao fim da greve que completa, hoje, 35 dias. A reunião, que começou no decorrer da tarde, foi considerada a mais longa desde que o movimento começou. As negociações apresentaram o mínimo de avanço, segundo o Sindicato da categoria. Hoje os trabalhadores se reúnem em assembleia para fazer um balanço do movimento, debater os resultados da reunião de negociação e também definir s continuam ou não o movimento grevista.
Ontem, os trabalhadores saíram em passeata até o Palácio dos Despachos para pedir a retomada das negociações, se possível com o próprio governador Simão Jatene, que não estava local. Carregando placas, faixas e trajando coletes pretos pedindo melhorias pela educação, centenas de professores de todo o Estado queriam ser recebidos por um representante do governo e retomar as negociações.
“Estamos aqui para forçar o governo a nos atender. Nós queremos, pelo menos, uma equipe do governo para que possam de fato, apresentar soluções para toda a nossa pauta”, explicou uma das coordenadoras do Sintepp, Conceição Holanda.
O maior impasse durante a rodada de negociações de ontem foi em relação ao pagamento do retroativo do piso salarial, na qual os trabalhadores pedem que seja quitado em três parcelas – ainda neste semestre – mas o governo propôs pagar somente em setembro e ainda dividir o valor em 18 parcelas. “Sobre o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), o governo se comprometeu de encaminhar para aprovação na Alepa (Assembleia Legislativa do Estado) no prazo de até dois meses”, completou Mauro Borges, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).
A portaria de lotação foi o item da pauta que mais demorou a ser discutido, por ter muitos pontos e detalhes. “O governo reafirmou que vai lotar todos os trabalhadores em até 220 horas. Com isso vai ter gente que vai ter redução de salário”, apontou Mauro. Atualmente, a lotação máxima é de até 280 horas.
MARABÁ
Em Marabá, professores, pais, alunos e o movimento dos atingidos por barragem (MAB) estiveram juntos com cartazes, faixas e carro de som.
A caminhada saiu da Escola Anísio Teixeira, no núcleo Cidade Nova, e seguiu na Avenida Nagib Mutran até a 4ª Unidade Regional de Educação (4ªURE). A marcha aconteceu em vários municípios e na capital do estado. Em Marabá a presença dos estudantes foi marcante, uma vez que eles desejam o mais rápido possível um acordo para que não sejam mais afetados. João Pedro Fonseca, faz o 1º ano do Ensino Médio e é um dos 16.500 estudantes sem aula.
“Queremos que esse processo acelere pra poder voltar a estudar, porque está nos prejudicando também e a gente precisa muito disso pra formar o nosso futuro”, disse.
Fonte Diario do Pará