Quando a Petrobras anunciou que reduziria, a partir do último dia 20, o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, havia uma expectativa de queda no preço do produto entre os consumidores. Ledo engano. A previsão do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás no Pará (Sergap) é de que o produto continue caro no Estado.
Em dezembro passado, o preço médio do produto chegou a ser vendido no país por um valor quase 70% mais caro. Em Belém, o preço médio do botijão de gás de cozinha foi comercializado a R$ 64,43, com preços que variaram entre R$ 60 e R$ 75. O levantamento de valores foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/Pa), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e divulgado no último dia 18.
Nesse mesmo dia, foi anunciada uma nova política de preços para o GLP vendido em botijões de 13 quilos. A política anterior, que previa revisões de preços para cima ou para baixo todo dia 5 de cada mês, foi suspensa no início de dezembro devido ao forte impacto que vinha causando no preço final para os consumidores.
DESIGUALDADE
Na visão das empresas revendedoras de gás, apenas a Petrobras ganhou com essa mudança, segundo avalia o presidente da Sergap, Francinaldo Oliveira. “Porque a Petrobras é a única fornecedora, então ela conseguiu repassar todos os aumentos que quis, além de manter o lucro de 5% dela”, argumenta o presidente, detalhando que isso propiciou um grande incremento de receitas, em apenas nove meses, desde quando começou essa onda de aumentos.
PESO
As revendedoras dizem que alguns fatores contribuíram para a alta do preço do gás de cozinha. Os principais, segundo as empresas, além da política de preços são a concorrência com revendedores clandestinos e os altos tributos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pagos pelos estados.
A tendência para o decorrer deste ano é que os paraenses continuem pagando caro pelo gás de cozinha. “Já podemos afirmar que não houve de fato a redução no preço do gás de cozinha. Os preços continuarão assim até que a Petrobras faça um novo movimento de redução ou até mesmo de reajuste para aumentar o preço, que agora passou a ser trimestral”, explica Francinaldo Oliveira.
Segundo a Petrobras, o novo reajuste deve ocorrer no próximo dia 5 de abril, já que agora o preço vai subir somente a cada três meses.