O Governo do Pará tem atuado intensivamente em todo o território estadual para conter o avanço dos casos de contaminação pelo novo coronavírus. A população penitenciária é um dos alvos das ações desenvolvidas nesse sentido, tanto no que diz respeito às medidas de proteção quanto na utilização dessa mão de obra em iniciativas que beneficiam outros segmentos. É o caso da parceria firmada entre o Centro de Reeducação Feminino de Marabá (CRFM) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa) para produção de máscaras de proteção. A confecção das unidades começou no último dia 8 e a previsão é que sejam entregues 600 máscaras.
A produção está a cargo de três internas do CRFM, que participam da oficina de costura ofertada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Elas trabalham 8h por dia, de segunda a sexta-feira, conforme disposto na Lei de Execução Penal (LEP), e utilizam todos os equipamentos de proteção individual necessários ao trabalho. Além das 600 máscaras, a ideia é que, em breve, elas também passem a confeccionar jalecos.
Do total a ser produzido, 500 máscaras serão destinadas à Uepa, responsável pela doação do material necessário à confecção (TNT, elástico, linha de costura e arame para molde nasal), e as 100 restantes serão destinadas para uso na própria unidade prisional. O objetivo é garantir também alguns itens para uso de interno do CRFM, especialmente os servidores que atuam diretamente com as Pessoas Privadas de Liberdade.
Segundo Estefânia Silva, terapeuta ocupacional na unidade e responsável pelo acompanhamento da produção na oficina, o maior desafio agora é a busca de outros parceiros para dar continuidade à produção. “O setor de reinserção social do CRFM passou a buscar parceiros para essa produção interna. Com apoio do Conselho da Comunidade, estreitamos a comunicação com a UEPA e iniciamos nossa própria produção”, conta.
De acordo com Belchior Machado, diretor de Reinserção Social da Seap, a produção das máscaras supre uma necessidade, além de promover o trabalho de reinserção. “Diante do quadro de pandemia e da falta de equipamentos de proteção no mercado, a utilização do trabalho prisional na fabricação de máscaras torna-se uma boa alternativa no combate à covid, sobretudo dentro das próprias unidades prisionais. Demonstra o desejo e a vontade que eles têm de se reinserirem socialmente”, afirmou o diretor.