O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, de restrições impostas por governadores para a circulação de pessoas para conter o avanço do coronavírus e chamou novamente a pandemia –que já matou 46 e infectou 2.201 pessoas no país– de uma “gripezinha”.
Durante o pronunciamento do presidente, houve o registro de uma série de panelaços em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, como tem ocorrido nas últimos noites.
Bolsonaro defendeu que algumas poucas autoridades estaduais e municipais deixem de lado o discurso de “terra arrasada” e novamente disse que o país não pode parar em razão do vírus, uma vez que os empregos têm de ser preservados. O presidente voltou a minimizar os efeitos da pandemia.
“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, questionou Bolsonaro.
Bolsonaro elogiou os veículos de imprensa que voltaram atrás e agora pedem calma e tranquilidade após causar sensação de “pânico” usando números de casos e mortes na Itália, “um país que tem um clima muito diferente do nosso e uma população muito idosa”.
Apesar de elogiar a imprensa, Bolsonaro não deixou de criticar a Globo e o Dr. Dráuzio Varella, usando falas do médico em um vídeo de janeiro que já tinham sido tiradas de contexto por Flávio Bolsonaro, Olavo de Carvalho e Ricardo Salles. O presidente não citou os nomes da emissora e do médico, mas deixou bem claro.
Sobre a possibilidade de ter contraído o coronavírus, Bolsonaro disse que não precisaria se preocupar “por causa do histórico de atleta”, mesmo estando no grupo de risco.