Após a Cavalgada da FAP 2018, uma égua foi abandonada bastante debilitada na Avenida Liberdade em Parauapebas. Com muito esforços de voluntários o animal está sendo tratado e não corre mais risco de morte. Diante do caso a APAMA – Associação dos Amigos Protetores dos Animais e do Meio Ambiente emitiu a seguinte nota de repudio. Confira na integra;
É com muita tristeza que mais uma vez a história se repete. As cavalgadas já viraram tradição em nossa região, mas o que pouca gente sabe é que há uma “tradição dentro da tradição”.
Dentro de cada cavalgada há a tradição dos maus tratos, da tortura, da judiação e da humilhação, e que muitas vezes resulta em abandono e morte do animal.
O caso mais emblemático dessa situação horrenda é o de uma égua que se rendeu à exaustão às margens da PA 275, próximo ao Hiper Sena do bairro Beira Rio, em Parauapebas, agonizando desde o início da cavalgada de ontem. Quer mais um detalhe assombroso? A égua foi levada grávida para a cavalgada!
Os órgãos públicos dos 3 poderes (legislativo, executivo e judiciário) das 3 esferas (municipal, estadual e federal) precisam agir preventivamente para evitar que cenas como essa aconteçam por todo o Brasil.
No caso de Parauapebas, pedimos encarecidamente que a Câmara Municipal, a Prefeitura, a Justiça, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Civil e a sociedade de modo geral tenham um forte diálogo com o Sindicato dos Produtores Rurais (Siproduz) para que haja uma normativa sobre a participação dos animais em eventos como esse.
Somos a favor das atividades culturais, desde que sejam respeitados a dignidade e o bem estar dos animais.
Eles são retirados das fazendas na noite anterior ao evento. A maioria fica sem água e sem comida até voltar à fazenda após um dia inteiro satisfazendo as vontades dos participantes, andando por um trajeto de mais de 10 km. Os animais ficam estressados com a música alta, com as buzinas dos carros, com os foguetes, com as centenas de tapas, esporadas e chicotadas que levam do início ao fim do evento.
A APAMA roga que o poder público tome as providências necessárias para socorrer essa égua que ainda se encontra em via pública.
A APAMA informa que já prestou os primeiros socorros à égua. Ela foi medicada e agora já consegue ficar de pé, mas ainda se encontra muito fraca.
Agradecemos ao médico veterinário Dr. Carlos Alberto Pacola, da Clínica 4 Patas, que atendeu ao nosso pedido e veio socorrer o animal.
Agradecemos, ainda, a todas as pessoas que se mobilizaram e se manifestaram nas redes sociais e no local do ocorrido a favor da proteção dos animais.
Diante de tudo isso a APAMA pede que:
• O trajeto da cavalgada seja reduzido;
• não sejam puxadas carroças, charretes e similares pelos animais;
• os donos e/ou responsáveis pelos animais sejam previamente identificados e cadastrados, assim como a devida identificação do sítio, chácara ou fazenda de origem do animal, respeitando as devidas exigências sanitárias;
• o transporte dos animais, tanto no trajeto de ida como de volta seja feito em condições adequadas;
• sejam designados veterinários para avaliar os animais logo no local de desembarque, antes do início e no final do evento;
• sejam disponibilizados água e comida em abundância na concentração, em pontos intermediários e no final do percurso;
• seja feito em horário adequado, onde o sol e o calor escaldante não prejudiquem o bem estar do animal;
• sejam aplicadas todas as multas e sanções, na forma mais rigorosa da lei para os que cometerem crimes contra os animais
Parauapebas, 02 de setembro de 2018.
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Byancka De Lavor
Presidente da APAMA
Associação dos Amigos Protetores dos Animais e do Meio Ambiente