Máquinas trabalhando a todo vapor na limpeza da área de 78.500,00m2, localizada no bairro dos Minérios. No espaço, será executado o projeto de construção de mais um parque, elaborado pelo Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap).
As ações do Prosap no bairro foram iniciadas há cerca de três semanas, com as equipes do Social do programa entregando panfletos e realizando reuniões com a comunidade para avisar do início das obras. Também foi feito o cadastramento de moradores e comerciantes afetados pelas intervenções, com o objetivo de remanejamento para aluguel social ou indenização, no caso de desapropriações e demolições que já foram executadas pela equipe de Engenharia.
Já a limpeza para a retirada de entulho gerado pela demolição de igrejas e outras edificações, foi iniciada na primeira semana de setembro, na área destinada a construção de um parque com a mesma estrutura do Parque dos Ipês, mas que terá o dobro de tamanho.
Estão em andamento a execução do Plano de Supressão Vegetal e do Plano de Resgate e Afugentamento de Fauna, que consistem, respectivamente, na retirada de vegetação como arbustos e capim, e na captura de animais silvestres que vivem no local.
De acordo com o Engenheiro Ambiental do Prosap, Rafael Mergulhão, essa preocupação com o meio ambiente é um diferencial nas obras do programa. “Isso é um marco na história do município. Ter uma equipe multidisciplinar, com veterinário, biólogo, toda essa atenção ao meio ambiente dá um aval maior à obra, trazendo benefícios para a população e também para o meio ambiente”, enfatiza.
Resgate de animais silvestres
Iguanas, serpentes, abelhas e até tamanduá estão entre os animais que já foram resgatados na área de intervenção. A equipe Ambiental do programa acompanha diariamente o trabalho das máquinas para garantir que não haja acidentes envolvendo os animais.
A função de encontrar os ninhos ou locais de abrigo dos bichos fica nas mãos da bióloga, Carolina Umezaki, que executa a tarefa com o apoio da equipe.
“É um trabalho extremamente importante. Apesar da gente precisar fazer esse processo [de intervenção de obra], a gente pode contribuir, pode resgatar os animais e fazer o tratamento deles, pode levá-los para outros locais onde eles possam se readaptar e, assim, preservar a natureza”, explica.
Todos os animais encontrados passam pela avaliação do médico veterinário, Matheus Faria, que explica que devido a área ser alagada são encontrados muitos animais peçonhentos.
“Alguns animais que são mais rápidos a gente faz o afugentamento, que é espantar para evitar acidentes com as máquinas. E outros animais a gente faz a captura e, depois, a soltura em áreas selecionadas”, detalha.
Em pouco mais de uma semana de trabalho já foram resgatados animais de várias espécies, dentre elas abelhas Arapuá, que são endêmicas e não possuem ferrão e que foram doadas à Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror).
Já as serpentes (Sucuri, Jiboia, Jararaca, Cipó, Coral), os anfíbios (Sapos Futuro e Pipa), os pássaros (Inhuma, Pica-pau e Mergulhão), vespas, peixes e crustáceos (Muçum, Cascudo, Trairão e Caranguejo) e o Tamanduá-Mirim receberam os devidos cuidados veterinários e foram levados para as Áreas de Proteção Ambiental da Floresta Nacional de Carajás e do Parque Morro dos Ventos, em Parauapebas.
Orientações para a comunidade
Todas as ruas no entorno da área de intervenção estão devidamente sinalizadas, mas segundo o engenheiro ambiental, Rafael Mergulhão, é importante contar com a colaboração dos moradores para evitar acidentes, seja com as máquinas ou com animais em possível fuga do local.
“A gente vem solicitar que a população evite [transitar por dentro] desses locais de intervenção e a gente tá aqui com a equipe de Resgate de Fauna, mas a gente pede o apoio da população para evitar essas áreas e se avistar algum bicho, fazer a comunicação imediata para que a gente possa tomar as medidas previstas no processo”, orienta.
Instalação do canteiro de obras
O canteiro de obras já está sendo instalado na área e os serviços previstos para serem executados no bairro dos Minérios vão além da construção do parque, também estão no projeto a instalação das redes de micro e macro drenagem, de coleta e tratamento de esgoto, de abastecimento de água, asfalto, ciclovias e espaços de lazer.
As obras fazem parte da Segunda Etapa do Projeto de Recuperação e Revitalização do Igarapé Lajeado, que vai urbanizar mais de oito quilômetros de margens do Igarapé, com execução em cinco frentes de serviços: bairro dos Minérios, Casas Populares 2, Polo Moveleiro, Vila Nova e Cidade Jardim. Com a conclusão das obras, mais de 90 mil pessoas serão beneficiadas com saneamento e urbanização.
Texto: Fabiane Barbosa
Fotos: Pablo Carvalho/Acervo Equipe de Resgate de Fauna