Se a prática de esporte é boa e faz bem, fica ainda melhor quando todos têm a chance de fazer isso. É com essa perspectiva que a nova gestão da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) planeja atuar, viabilizando a inclusão social dentro dos seus projetos.
E para garantir que todos tenham participação ativa na construção desse projeto, o titular da Semel, Leandro Gambeta, se reuniu esta semana com o presidente e o secretários do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Parauapebas (CMDPDP), respectivamente José Monteiro e Geová Rodrigues, para tratar do alinhamento de projeções e propostas referente à inclusão do público PcD nas práticas esportivas.
Pelos dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apresentado pelo conselho, Parauapebas tem mais de sete mil pessoas com algum tipo de deficiência motora, mas apenas uma minoria tem acesso ao esporte no município.
“É significativo o número de pessoas PcDs que temos aqui em Parauapebas, mas nem 2% desse público têm acesso ao esporte. Precisamos mudar isso. Sabemos que existem modalidades que já estão preparadas para receberem esses competidores: o handebol, basquete sobre rodas, tênis de mesa e de quadra, além futebol para deficiente visual (Futebol de 5), natação e outras modalidades. Então, queremos que Parauapebas ofereça também essas oportunidades”, sugeriu Geová Rodrigues.
Aos representantes do conselho, Leandro Gambeta apresentou alguns dos projetos que pretende incluir no Calendário Municipal da Semel, como os jogos paralímpicos. A ideia é preparar os competidores PcDs, inicialmente para os grandes torneios e disputas no âmbito municipal e futuramente em grandes campeonatos intermunicipais.
“A Semel se preocupa com a importância de levar o esporte a todos, afinal é uma ferramenta poderosa no combate ao preconceito e à discriminação. Vamos abrir novas portas para a construção de projetos que viabilizem a participação desse público em nossas atividades esportivas”, afirmou Gambeta.
Como referência de atletas paraolímpicos que estimulam as políticas públicas, o secretário citou Daniel Dias, o maior medalhista da história do Brasil em Paralimpíadas, com 14 medalhas de ouro e dono de dez recordes mundiais em piscina longa. “Esse atleta é sem dúvida um modelo a ser seguido. Então, os atletas de Parauapebas também serão”, preconizou Leandro Gambeta.
Semel inclusiva
Desde a construção do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, em julho de 2012, várias ações de inclusão social já foram realizadas em Parauapebas, pela prefeitura, que atualmente trabalha para adequação e construção de calçadas e espaços públicos para as pessoas com deficiência.
A prefeitura conta ainda com o Calendário Municipal da Semana de Lutas realizado todo ano, no mês de setembro; e em dezembro promove atividades pelo Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, além de fomentar instituições filantrópicas como as associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Pessoas com Deficiência Física de Parauapebas (APDFIP), dos Deficientes Visuais de Parauapebas (Advup) e dos Surdos de Parauapebas (Asusp), todas participantes do conselho.
“Construir uma sociedade mais justa e igualitária não é tão fácil, mas somando forças e com apoio do governo municipal sabemos que podemos conseguir. Nosso próximo passo agora é garantir que estaremos também incluídos nos esportes. Agora temos um representante do esporte sentado na cadeira da Câmara Municipal de Parauapebas, o que nos garante maior participação nas decisões públicas. Agora é tempo de planejar e fazer acontecer. Ser PcD é lutar todo o tempo por igualdade”, frisou José Monteiro.
Leandro Gambeta reforçou ao conselho que “a inclusão social sempre será prioridade enquanto eu estiver à frente desta pasta. Essa construção começa agora e todos são bem-vindos aqui”. Como a pandemia da covid-19 paralisou as atividades da Semel que contribuem para aglomerações, o secretário informou que tem aproveitado essa fase para dialogar com as comunidades e desenvolver novos projetos.
“Essas reuniões são fundamentais para que a secretaria analise cuidadosamente cada passo. Afinal somos ‘uma fábrica de sonhos’, lidamos com crianças, jovens e famílias que precisam acreditar que o esporte pode ser é uma grande transformação social”, enfatizou o titular da Semel.Texto: Cleidi Rodrigues – Comunicação Semel Fotos: Ernaldo Castro/Arquivo-Semel