Apesar dos investimentos municipais no fornecimento de água à população, os sistemas de abastecimento em Parauapebas ainda geram transtornos aos moradores, como falta de água ou racionamento da sua distribuição. E muitos perguntam: por que isso ainda acontece? Porque quase 70% da produção de água são desperdiçados no processo operacional de captação e distribuição. São vazamentos invisíveis, difíceis de serem identificados.
Com o Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap), será melhorada substancialmente a eficiência dos sistemas de abastecimento de água por meio da implantação de um projeto piloto, com tecnologia israelense, que prevê a redução significativa dessas perdas de água.
“Vamos oferecer uma tecnologia inovadora para pesquisa de vazamentos invisíveis, com custos bem baixos e velocidade rápida. Em pouco tempo será possível fazer uma varredura em toda a cidade”, informou Gustavo Méndez, chefe da Missão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante visita de representantes do banco a Parauapebas, em junho do ano passado.
O engenheiro mecânico Daniel Magalhães, supervisor de Água e Esgoto do Prosap, informa que Parauapebas foi incluído “no campo da Cooperação Técnica Regional (ATN / CF-17060-61), que será financiado com recursos do governo de Israel, em parceria com a prefeitura, para melhorar a capacidade na utilização de tecnologias na gestão de recursos hídricos”.
“A partir dessa cooperação técnica, será implementado no município um projeto piloto para identificação e reparo de vazamentos invisíveis, usando tecnologias desenvolvidas por startups. Com esta experiência, serão desenvolvidas guias que permitirão implementar o projeto piloto para toda a área de intervenção do programa e para outros pontos da cidade”, acrescenta Daniel Magalhães.
Radiografia do atual sistema de abastecimento de água
Atualmente, 85% da população de Parauapebas recebem água em suas torneiras por meio de cinco Sistemas de Abastecimentos de Água (SAA): três fazem a captação da água do rio Parauapebas (SAA 1; SAA 2; SAA 3); um faz a captação de água da Lagoa de Reservação do bairro Tropical (SAA 4); e um capta água de 69 poços artesianos (SAA Isolado).
Esses sistemas produzem, mensalmente, mais de 1,7 milhão de metros cúbicos de água, que passam por quatro Estações de Tratamento de Água (ETAs), para só então chegar às torneiras dos moradores. De acordo com os estudos realizados para a elaboração do Prosap, a solução para melhorar os problemas recorrentes de abastecimento de água, em Parauapebas, não passa por investimentos em novas estruturas de captação ou redes de distribuição e sim na redução das perdas.
“Toda área de abrangência do Prosap será atendida, quase que em sua totalidade, pelo atual sistema de abastecimento de água do município, que não apresenta déficit em seu volume de captação nem em sua capacidade de produção e sim na distribuição da água. Por isso, as intervenções do Prosap neste sistema estão focadas na melhoria da sua eficiência, em reduzir a intermitência no atendimento à população, bem como na grande perda de água tratada”, explica Daniel Magalhães.
Outro índice que o Prosap pretende melhorar é o tempo de distribuição de água para as famílias que residem nas áreas de intervenção do programa. Hoje, o tempo de fornecimento de água é em média de 15,5 horas por dia. Com a conclusão do programa, a meta é ampliar para 18 horas por dia.