Até o clássico de hoje, Paysandu e Remo já tiveram seus quinhões de emoção na temporada 2020. O do Papão foi maior, com uma derrota no Parazão para o Castanhal e uma classificação dramática na Copa do Brasil, tudo isso de domingo passado para cá. O Remo vem intacto, com 100% de aproveitamento nas três rodadas da competição estadual. Mas nem a liderança isolada livrou o time azulino de críticas, pois a despeito das vitórias não conseguiu convencer ainda. O fato é que para muitos o ano só começa a partir do primeiro clássico. Pode até parecer exagero dizer isso, mas não é: o derby pode ser o fim da linha para muitos.
O Leão Azul repete o mesmo começo de temporada dos últimos anos. O aproveitamento é muito bom, com destaque para uma defesa sólida, vazada apenas uma vez até aqui. No entanto, na frente a confiança da torcida não é a mesma. O time tem demonstrado uma dificuldade enorme na criação. Douglas Packer é o meia que mais tem aparecido, ainda assim com inspirações esporádicas. Nada preocupante para um começo de temporada, mas hoje será o primeiro grande teste do Remo, a prova de fogo.
O Paysandu tem até demonstrado boas coisas, mas até aqui é um time adepto de uma liberdade exagerada. Joga e deixa os adversários jogarem. O Papão ainda não conseguiu reeditar um dos grandes trunfos do ano passado: o forte poder de marcação. O time bicolor até que tem criado, mas não tem mostrado força ainda para evitar que os oponentes cheguem fortes ao ataque. O resultado disso é que dois de seus três jogos foram os melhores do campeonato até aqui, mas, neles, fez três gols e levou outros três.
Por conta da irregularidade dos dois rivais, ambos devem ter novidades para logo mais. Pelo lado do líder, o técnico Rafael Jaques adiantou que pode mexer, mas não deu muitas pistas onde estarão essas mudanças. “Dois ou três jogadores podem fazer parte da nossa tentativa para domingo. Tem duas ou três situações que passam pela nossa cabeça”, afirmou Jaques, que nos últimos dias repetiu o mantra das vésperas de clássicos. “Clássico não tem favorito. O Paysandu tem uma equipe formada há mais tempo, com uma grande comissão técnica e grandes jogadores. Nossa equipe está em formação. Se avaliarmos 2020 das duas equipes, nós temos mais mudanças que o nosso adversário. Mas estamos no caminho certo, muito competitivos e determinados”, completou.
Pelo lado alviazul, Hélio dos Anjos volta ao banco de reservas depois de cumprir suspensão na Copa do Brasil. Com jogadores de fora por causa dos cartões, ele deve fazer mudanças. Mas, mais do que trocar algumas peças, o desafio é fazer o Papão jogar com mais consistência e poder de decisão. “A gente começa a formar um caráter vencedor e cascudo para o time. Viemos ao Paysandu para marcar história e isso só acontece com muito trabalho e vitórias”, vaticinou o volante Serginho. (Dol)