Vale se prepara para queda no preço do minério de ferro no 2º trimestre
A Vale está ajustando sua oferta de minério de ferro de acordo com a demanda do mercado, segundo Fabio Schvartsman, presidente da mineradora. Essa estratégia da companhia visa mitigar a queda nos preços da commodity neste trimestre, ante os três primeiros meses do ano.
“Nós estamos enfrentando uma situação de redução de preços do minério de ferro”, disse Schvartsman, durante uma teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da empresa nos primeiros três meses do ano.
“O minério de ferro neste momento está aproximadamente US$ 8,00 mais baixo que a média de preço do primeiro trimestre, o que obviamente faz exigir novamente um esforço da Vale no sentido de compensar, através de outras ações, essa situação”, declarou.
O executivo disse que o mercado continua “muito estável” no que se refere aos prêmios pagos pelo minério da empresa extraído em Carajás, no Pará, de melhor qualidade. No primeiro trimestre, a Vale, que é a maior mineradora de minério de ferro do mundo, conseguiu um prêmio médio de US$ 5,2 por tonelada pela qualidade do minério produzido.
Os prêmios pagos pelos produtos da maior produtora global de minério de ferro, de acordo com o executivo, ajudam a minimizar o efeito dos menores preços pagos no mercado de minério de ferro. Hoje, o minério de ferro com teor de 62% Fe foi cotado a US$ 66,28 a tonelada, segundo a Metal Bulletin.
O preço mais baixo do minério de ferro no primeiro trimestre, na comparação anual, foi fator importante para a redução dos resultados da empresa no período em que a Vale registrou queda de 35% no lucro líquido.
De acordo com Peter Poppinga, diretor-executivo de Minerais Ferrosos e Carvão da Vale, a meta de produção de minério de ferro da companhia segue em 390 milhões de toneladas neste ano. O executivo afirmou que a produção no terceiro e quarto trimestres devem ser maiores que os dois primeiros trimestres, acima de 100 Mt.
Ele também disse que a maior produção no S11D, no Pará, com capacidade anual de 90 milhões de toneladas anuais, vai compensar a redução da produção dos minérios de baixa qualidade em Minas Gerais. A previsão é que, até o fim deste ano, o S11D produza 45 milhões de toneladas anuais, o dobro do produzido em 2017. Com informações da Reuters e do Valor Econômico.